19.5.05

RAMOS ROSA




Passei uma parte da tarde com o poeta António Ramos Rosa e com a mulher,também poeta,Agripina Costa Marques. Da casa, ao lado da Culturgest e do Palácio de Galveias, passamos ao pequeno café onde, às vezes, se demora. Recordamos antigas conversas, alguns poemas, algumas cumplicidades já com algum peso na idade.
E recebi a caixa-prenda dos "Sete Livros Sete Desenhos & Dez Poemas Inéditos", uma esmerada edição da ASA, comemorativa dos oitenta anos do poeta. Destes sete livros, saliento "Os Signos da Amizade", setenta e dois poemas, um para cada "amigo", onde também planam o mortos.Tenho o privilégio de ser um deles.

Mas, por dentro da alegria,vale a pena parar no poema que dedica a outro António, nesta

HOMENAGEM A ANTONIO MACHADO

Amo o teu cantar de secreta fonte
entre ciprestes negros e olivais cinzentos
amo essa penumbra em que o mistério
é uma clara pena ou um murmúrio de água.

As graciosas árvores junto às velhs muralhas
contam as subtis fábulas do sonho.
E desces pelas secretas galerias
até ao fundo do coração amargo.

À beira do silêncio cada verso teu
é um mágico cristal de tristeza iluminada.
E tudo são caminhos da terra e do amor

entre viver e sonhar. Sobre o solo de cinza
e a terra parda abriste os sulcos
da alma enamorada.




Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?