21.7.05

CARTA PARA A IMAGINAÇÃO


Sei que não perdoas este vício de cantar.
Sei que moras longe,
perdida no tempo de não saber um lugar.

Se queres um segredo, de vozes sempre magoadas,
abre-me essa porta.
Dá-me a chave nova que abre todas as entradas.

Sacode desejos. Limpa-me a voz dos caminhos
que nunca encontrei.
Lambe-me de cio, sobre as rotas dos golfinhos.

Dá-me esta surpresa de correr só para ti
com a voz partida.
Dá-me a desmedida do lugar que eu nunca vi.

Perverte-me a pele com areias nunca vistas.
Rasga-me os sentidos.
Abandona tudo. Deixa-me sinais e pistas.

Por ti, eu dou tudo, mesmo esta voz que te canta.
Imaginação,
sei que não perdoas quem nunca se espanta.


Firmino Mendes (in 'Um Segredo Guarda o Mundo')

Comments:
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