25.1.04
Davos e Bombaim
Decorre, até amanhã, em Davos, na Suiça, o FÓRUM ECONÓMICO MUNDIAL (FEM) que, apesar de tudo, discute temas como igualdade e paz, combate à malária e à sida,fractura digital, poluição, dominantes e dominados. Veremos se daqui sairão boas notícias para a Terra, sobretudo para a igualdade e para a paz.
Na passada quarta-feira, em Bombaim (agora chamada Mumbai), na Índia, terminou o FÓRUM SOCIAL MUNDIAL (FSM) que, pela primeira vez, saiu do Brasil e da emblemática cidade de Porto Alegre. Ali estiveram 100 mil pessoas, em representação de 25oo organizaç~oes não governamentais. Repetiram-se as críticas ao "liberalismo selvagem sem rosto humano" e foram convocadas duas manifestações à escala global: uma, para 15 de Fevereiro (1.º aniversário da manif global contra a guerra no Iraque); a segunda, para 20 de Março, quando a guerra começou.
Realçamos, ainda, o apoio ao Tribunal Penal Internacional (TPI), "um dos maiores símbolos dos esforços para globalizar a Justiça" e a xigência para que este TPI se ocupe de casos de violação, escravidão e tráfico de seres humanos, entre outros crimes que são cometidos, sobretudo, sobre as mulheres.Outra das proclamações foi o direito à soberania alimentar e à água (por falta de água potável, morrem diariamente 30 mil pessoas!).
A escolha de Bombaim (Mumbai) serviu, ainda, para a luta contra o sistema de castas, o combate contra os integrismos religiosos ou o repúdio dos sistemas patriarcais. As manifestações dos "dalit" ( os "intocáveis", no desumano sistema de castas da sociedade hindu) marcaram algumas das sessões (cf. Expresso,24.01.04).
Aqui estão dois lugares do Planeta para dois momentos de interligada reflexão sobre os males do mundo.
E, em 15 de Fevereiro e 20 de Março, cá estaremos para reflectir sobre as manifestações que decorrerão em todo o mundo. Veremos Lisboa. Veremos Porto. Veremos Coimbra. Veremos a Terra.