16.9.03
O Poema do Dia (4)
História de Inverno
A mulher de água
traz limos nas espáduas.
Tem olhos de lagoa
e o corpo como um rio.
Traz musgos sobre os seios
e a sua voz dá frio,
o seu olhar magoa.
Mas não lhe sei o nome.
Estende os cabelos de água
no inverno dos meus olhos,
dorme na minha sorte
por toda a noite insone.
Faz um rumor de chuva,
tem um sabor de morte.
Mas não lhe sei o nome.
Carlos de Oliveira (in "Colheita Perdida", Colecção Galo, Coimbra, 1948)
A mulher de água
traz limos nas espáduas.
Tem olhos de lagoa
e o corpo como um rio.
Traz musgos sobre os seios
e a sua voz dá frio,
o seu olhar magoa.
Mas não lhe sei o nome.
Estende os cabelos de água
no inverno dos meus olhos,
dorme na minha sorte
por toda a noite insone.
Faz um rumor de chuva,
tem um sabor de morte.
Mas não lhe sei o nome.
Carlos de Oliveira (in "Colheita Perdida", Colecção Galo, Coimbra, 1948)