21.1.06

SILÊNCIO




O meu silêncio vem de séculos de pedras quentes e lavas sobre o mar. Aprofunda-se agora, depois de dias e dias de campanha eleitoral e sondagens sobre as águas. Permaneci calado, olhando, lendo, cheirando, em demanda da minha dama tolerância, até à revolta. E dei comigo a tentar varrer dogmatismos e a tentar desligar analfabetismo de carneirismo, a tentar esquecer a carneirada romana de que também eu,apesar das mil mágoas,faço parte.
Este é um país desmerecido, em que até alguns amigos caminham para o lado de lá da sombria face e têm saudades de nadas ou de névoas. O esquecimento aí está: não houve nunca memória da estupidez galopante nem o abandono escolar é sinal deste desmando em marcha à ré.
Há algumas excepções no meio do entulho. Claro que há. E algumas pessoas inteligentes ou tidas como tal. O resto é um país de fátimas perdidas e de incultas ilusões.
Este é o meu país dividido: de um lado, o antigo, só um; do outro, a divergência ou os caminhos possíveis para a Liberdade.




Comments:
Lindo texto, meu amigo.
Mas muito desencantado.
Não duvido das razões que te assistem... que nos assistem.
Mas, como tu próprio reconheces, ainda existe "a divergência ou os caminhos possíveis para a Liberdade".
Enquanto esses caminhos estiverem no nosso horizonte, enquanto por eles pudermos caminhar... alargar esses mesmos horizontes e abrir novos caminhos ... nem tudo está perdido!
Ainda acredito que, apesar da tacanhez e do saudosismo vamos conseguir "levar a carta a Garcia"!
Apesar das dores a suportar.
 
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