6.6.05





LAGOS
Já tentei separar-te do rei D. Sebastião, da janela
manuelina de onde ele terá falado aos marinheiros
que iam para morrer em Alcácer Quibir, mas é
impossível. Depois, há a estátua do João Cutileiro
a mostrar um adolescente que tinha os olhos no mar.

O Gil Eanes - marinheiro dos primeiros medos e
das primeiras voltas na costa de África - nasceu aqui
mas não surpreende tanto como o rei encoberto,
cuja voz feminina toca ainda as águas da baía
onde descarregavam escravos, vendidos no mercado
ali a cem metros desta janela da lenda da partida.

Tudo faz pensar em tudo e a baía da Meia Praia
mostra o mar calmo - quando não chega o sueste,
e a luz sempre branca nas casas que caminham para
o mar. Os pescadores chegam ao porto e há festa de
peixe: sargos, safios, pargos, ferreiras, besugos.


-NOTA: Só porque estive hoje na Feira do Livro de Lisboa, com a antologia "Algarve, Outro Mar" (Publicações Dom Quixote), na qual participo com três poemas do livro "A Terra e os Dias" (Pedra Formosa Edições).

Comments:
Obrigada.

:)
 
lagos é boiar na praia de porto de mós. tantas vezes boiei que posso hoje fechar os olhos e estar com sophia e eugeneo, azul (mar) e dourado (rochas)
 
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