8.3.04

Ana Drago




CARTA ABERTA

Li. Reli.
Pensei.
Demorei.
E perguntei-me: "Por que não?

E dessa corajosa "Carta aberta ao primeiro-ministro", inserta no jornal PÚBLICO de hoje, Dia Internacional da Mulher, respiguei:

"Sou. Sou a mulher que nunca teve educação sexual na escola, ao contrário das holandesas; sou a mulher que não poderá ter três anos de licença de parto como as suecas; sou a mulher que não pode ter direito a aconselhamento no caso de uma gravidez indesejada como as americanas; sou a mulher que não terá direito a fazer um aborto em condições de segurança em Portgal, e, certamente, serei a mulher que irá parar ao banco do tribunal, se a polícia o descobrir. Ser mulher, aqui, neste pequeno país, é carregar o peso-pesado de uma concepção machista que vigia o corpo feminino e o peso morto de uma classe política sem coragempara consagrar a modernidade democrática."

Mas é para ler na íntegra. A coragem também se lê!

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