25.9.03
Sérgio Ortega e Pablo Neruda
Para acalmar de dois "posts" que me cairam dos olhos, leio a "CARTA A MEUS FILHOS SOBRE OS FUZILAMENTOS DE GOYA", de Jorge de Sena (1919 - 1978 ) na "Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa", de Eugénio de Andrade. Recordo o poema na voz de Mário Viegas e, por associação de ideias, regresso a Pablo Neruda e ao 30.º aniversário da sua morte, há dois dias. Em 23 de Setembro de 1973, doze dias após o golpe militar no Chile, foi-se o autor de "Canto Geral" (Campo das Letras, 1998) ou de "Os Versos do Capitão" (Campo das Letras, 1996), em versões do poeta Albano Martins. Esta memória de Neruda leva-nos a Sérgio Ortega, autor das canções "VENCEREMOS" e "EL PUEBLO UNIDO JAMAS SERA VENCIDO", falecido, uma semana antes deste 30.º aniversário, em 16 de Setembro de 2003, em Paris. Após trinta anos de ausência, as suas cinzas regressarão ao Chile. Será, simbolicamente, o seu regresso definitivo do exílio. Para Pablo Neruda e Sérgio Ortega, lembrando todos os "sacrificados, torturados, espancados" ou os "estripados, esfolados, queimados, gaseados", de que fala o poema de Jorge de Sena, um sopro de Portugal ao Chile!