25.8.05

Regresso do Sul com mais duas lágrimas para poder aguentar o próximo Inverno.
Dói a urbanização predadora, a visão de dunas ocupadas, as casas dos índios-da-meia-praia como uma ilha podre e desorganizada, em contínua expansão, como uma sucateira humana a céu aberto. E sabe-se hoje como o romantismo de alguns arquitectos no pós-abril pôde ajudar a destruir a nossa chamada orla costeira. E sabe-se hoje como essa arquitecturite aguda semeou a destruição das praias e conseguiu levantar prédios e mesmo escolas ("dádivas" dos 'bons' empreiteiros, diz-me um amigo)em cima dos areais!
Ainda em Lagos, comovo-me com a praia de Porto de Mós, minha conhecida de vinte anos, ao saber que irão construir um motel e mais de quarenta apartamentos, em cima da falésia! Ao presidente da Câmara pude transmitir a minha revolta, numa conversa amena na Feira do Livro, na Praça do Infante.
Mais a Oeste, na costa de Aljezur, passeio-me na praia de Monte Clérigo e fico parado na beleza das rochas, dos charcos, da vida pulsante. E olho as casas clandestinas, todas costruídas no pós-abril.
E há mais, por todo o lado.
Aguarda-se um país.

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