25.4.05
HÁ 31 ANOS
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen
ABRIL DE ABRIL
Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil.
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.
Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.
Manuel Alegre
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Dos longos anos
soam os ecos
soltam-se os cravos
pelo jardim.
Hoje é o espanto
mais a descrença
que o infinito
possa ter fim.
Por isso digo
Abril amigo
descobre a venda
que existe em mim.
(Risoleta)
Saúdo-te, amigo poeta.
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soam os ecos
soltam-se os cravos
pelo jardim.
Hoje é o espanto
mais a descrença
que o infinito
possa ter fim.
Por isso digo
Abril amigo
descobre a venda
que existe em mim.
(Risoleta)
Saúdo-te, amigo poeta.
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