29.4.05

CONSTITUIÇÃO DA UE




Escreve-me um leitor, de nome "oliveirinha":
"Concordo com o que disse acerca da Constituição Europeia, é necessário, imprescindível até mas não este texto que vai a referendo. Se colocada a questão se eu pretendo ter uma Constituição Europeia eu digo prontamente que sim mas não esta que vai a referendo."
Eu só gostava de saber as razões do "não" a esta Constituição. Já perguntei a vários amigos, inclusive do BE, e só me respondem que é "neoliberal" ou "conservadora" ou mesmo "neoconservadora". Justificações? Zero.
Há quem diga que os franceses não estão contra a Constituição Europeia mas contra o governo de Raffarin. A ver vamos. Felizmente, o "não" parece estar a baixar nas sondagens, segundo o 'Nouvel OBServateur'.de qualquer modo, estou mais com Simone Veil, Jospin ou Delors do que com Le Pen ou Fabius.
Claro que nenhuma Constituição é perfeita mas é perfectível. Poderemos sempre melhorá-la.Mas temos de não tremer agora, quando a coragem é mais necessária.É que a construção é sempre difícil.
Concluindo, até estou de acordo com a deputada europeia Jamila Madeira:
"Um não à Constituição Europeia poderá conduzir a Europa a uma progressiva desintegração e a um recuo em conquistas fundamentais como o Euro ou a existência de um espaço sem fronteiras. O não à Constituição poderá traduzir-se num enfraquecimento da União Europeia, que se pretende capaz de resistir às pretensões hegemónicas dos EUA. Dizer sim à nova Constituição representa, em alternativa, pôr em marcha um conjunto de benefícios visíveis para os cidadãos, os Estados, as regiões, e para o funcionamento e a eficácia das próprias instituições europeias."
Dói muito pensar que a "esquerda socialista" ou "irreverente" está ao lado de Le Pen e dos europeus mais reaccionários. Lá que dói, dói. E entristece-me mais o BE. Porque o tenho apoiado, inclusive neste blogue.
O "NÃO", agora, NÃO TEM SENTIDO. É melhor melhorar do que destruir.
Haja melhor opinião.

Comments:
Não sou, nem nunca fui, adepto do fazer qualquer coisa somente para se dizer que se fez qualquer coisa. Como em muitas coisas na vida, não há como fazer bem de início. Nesya matéria, a Constituição Europeia peca, a meu ver, pelo constante relativismo em relação a legislações nacionais em que a ideia que se pode extrair é a de que, se na Constituição um determinado acto é penalizado, a constituição nacioanl de um estado membro deverá ser repseitada, o mesmo será dizer que a constituição ficará somente no papel.
A Constituição Europeia é fundamental e terá que ser feita e rectificada quanto antes mas, esta que está em referendo, pode induzir uma série de mal entendidos e um sentimento de frustração por não ser eficaz. Segundo a Constituição Europeia só terá efeito pleno quando se tiver uma política de defesa comum, saída da nato e isto não está a ser feito e, dá-me a impressão, nem há muita vontade em fazê-lo. Por isto, ter uma Constituição só por ter não vale a pena a meu ver.
 
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