7.10.04

NOBEL DE LITERATURA




Sorrio, ainda, com o absolutamente inesperado: a romancista e dramaturga Elfriede Jelinek é Prémio Nobel 2004.

Apesar de estar também traduzido o seu romance "Lust" (Ed. ASA), confesso que dela só conhecia o texto que dá vida ao filme "A Pianista"- La Pianiste (Die Klavierspielerin, 2001),também traduzido na ASA, do realizador seu conterrâneo Michael Haneke, com a fabulosa Isabelle Hupert como protagonista. Dá para perceber a força interior que E.J. arrasta para o mundo. O filme foi "Palma de Ouro", no Festival de Cannes 2001,e bastaram três anos para dar a conhecer ao mundo esta mulher que diz assim da Áustria, "insignificante república alpina de passado recalcado":

"Quando escrevi "Avidez", a impertinência tansportava-o( o passado recalcado)para todo o lado e a extrema-direita e os seus jovens dirigentes, como Haider, iam de vento em popa. Sem dúvida um paradigma da sedução destes políticos que, pelo seu beijo venenoso, conseguem agitar todo um país, criando um despertar erótico colectivo com a vitória austro-fascista. A minha aversão pela Áustria é insaciável! Mas, apesar de tudo isso, o meu canto de revolta é mudo, porque o espírito e a inteligência não podem nada contra o punho e a brutalidade." ( Le Nouvel Observateurs, 28 août 2003 - n°2025 - Livres)

Aí está ela, a escritora que a "nomenklatura" detesta, a cidadã atenta. Ainda bem.




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