6.11.03

Campanhas

A moda é doentia mas percorre todos os tecidos urbanos, mediáticos, artificiais. A publicidade às obras feitas ou a fazer ("Já reparou que lhe limpei a secretária, senhor Presidente?", "Já reparou que esta casa de banho tem papel higiénico, senhor utente?", "Já viu que, nesta duna, vai nascer um condomínio fechado de luxo, senhor veraneante?") são uma praga que custa dinheiro. A Câmara de Lisboa gasta centenas de milhares de euros na autopromoção, em vez de tapar os buracos da rua com esse dinheiro. Agora, o Ministério da Saúde publicita a redução das listas de espera, gastando quarenta mil euros na publicidade. Dizem os técnicos que esse dinheirio dava para um by-pass, uma operação cara, e, ainda, oito das operações mais procuradas, como às cataratas, às varizes, reconstrução da mama, etc. Ainda não compreendi como é possível gastar dinheiros públicos, assim com estilo redundante: "Já viram que cortei o cabelo?", "Sabem que o meu perfume foi comprado em Londres?"... Ah, Portugal, se fosses três sílabas apenas!

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