8.10.03

Mãe

Também eu gostaria de poder adormecer no fundo dos teus olhos
tocar a gelatina que os envolve e abrir uma janela para os caminhos
das memórias perdidas onde poderão ainda viver alguns lugares já
desaparecidos: o tanque da laje, a mina do souto, o silvado
dos ninhos de melro, a campa na rocha do menino de ouro, o pinhal da caruma abundante, o ameixoeiro bravo, o pilriteiro do cerrado.
Mas fico aqui, longe dos campos e dos pinhais, molhando os pés, tocando
algas, levitando na nuvem grande que a memória me trouxe.

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