23.2.05
AINDA CESÁRIO
Continuo de ressaca! Ainda festejo os resultados eleitorais do passado domingo. Deu-me para isso!
Mesmo assim, não esqueço o dia prestes a acabar do 150.º aniversário do Cesário Verde. Para a festa ser completa, passei por Linda-a-Pastora. Sossego. Silêncio. Estarão todos os portuguese de ressaca e esqueceram o "mestre" de Alberto Caeiro ("- Ó Cesário Verde, ó Mestre!")?
(...)
O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba,
Toldam-se de uma cor monótona, londrina.
(...)
Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.
(...)
Toca-se as grades, nas cadeias. Som
Que mortifica e deixa umas loucuras mansas!
O aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças,
Bem raramente encerra uma mulher de “dom”.
(...)
Obrigado, Cesário, pelo "Sentimento de um Ocidental" e pelo teu LIVRO!