30.11.04

FOI-SE A DUPLA?





Esta dissolução da Assembleia foi consequência directa da implosão de um Governo que, afinal, continua em funções.
Em funções para quê? Para nomear mais "boys",mais "girls" e mais directores de Institutos? Atenção, cidadãos!
Depois de tanta mentira e de tanta sacanagem, que mais irá nos acontecer?

Parece que o melhor aconteceu para o pior não suceder.

Afinal,ai, afinal, a dupla Santana-Portas não chegou a apodrecer no óleo da sua própria miséria.

RAUL RIVERO em LIBERDADE!





A notícia chega como uma festa: o poeta e jornalista RAÚL RIVERO, condenado a 20 anos de prisão, acaba de ser libertado! Ler o El Mundo, por exemplo, e esperar a libertação dos muitos presos por "delito de opinião". O Pen Club Inglês informa mais sobre outros escritores presos, em Cuba e no resto do mundo.


28.11.04

Na Patagónia



Surpreendido pela beleza.

FERNANDO VALLE (1900-2004)




Fernando Valle (1900-2004). Ao cidadão que nunca se deixou curvar,ao maçon mais antigo do mundo, aos 104 anos acabados num sono tranquilo!

SONDAGEM




Sondagem da Universidade Católica/ PÚBLICO/RTP:
PS: 46%; PSD : 35%; CDU : 7%; BE : 6%;CDS : 3%

27.11.04

UM POEMA DE YEATS






OS CISNES SELVAGENS DE COOLE

Em sua outonal beleza estão as árvores,
Secas as veredas do bosque;
No crepúsculo de Outubro as águas
Reflectem um céu tranquilo;
Nessas transbordantes águas sobre as pedras
Banham-se cinquenta e nove cisnes.

Dezanove outonos se passaram desde que
Os contei pela primeira vez;
E, enquanto o fazia, vi
Que de repente todos se erguiam
E em largos círculos quebrados revolteavam
As clamorosas asas.

Contemplei esses seres resplandecentes,
E agora há uma ferida no meu coração.
Tudo mudou desde o dia em que ouvindo ao crepúsculo,
Pela primeira vez nesta costa,
A alta música dessas asas sobre a minha cabeça,
Com mais ligeiro passo caminhei.

Infatigáveis, amante com amante,
Movem-se nas frias
E fraternas correntes ou elevam-se nos ares;
Os seus corações não envelheceram;
Paixão ou conquista solicitam ainda
Seu incerto viajar.
Mas vagueiam agora pelas quietas águas,
Misteriosos, belos;
Entre que juncos edificarão sua morada,
Junto a que lago, junto a que charco,
Deliciarão o olhar do homem quando um dia eu despertar
E descobrir que voando se foram?


(in «Uma Antologia», Tradução de José Agostinho Baptista, Assírio & Alvim, 1996)

W. B. Yeats (1865-1939)

Mulheres na Sombra





O que eu sei do mundo é um coração
voltado para as grandes neves e o Norte
atravessado
como as mulheres na sombra, à espera
do ruído de uma nêspera

26.11.04

LARANJA NO FUNDO





O PS consegue, pelo segundo mês consecutivo, uma maioria mais que absoluta, com perto do 50% das intenções de voto no Barómetro DN/TSF/Marktest de Novembro, beneficiando, de forma clara, do mau momento da maioria governamental - PSD e CDS/PP. Os sociais-democratas, que bateram no fundo e tiveram o seu pior resultado de sempre na sondagem de Outubro, recuperam este mês quatro pontos e fixam-se nos 32,4%.

O parceiro do PSD no Governo, o CDS/PP, continua no fundo da tabela e perde pouco mais de um ponto e está agora com 3,3%.

( Ler mais no DN, como o BE a aproximar-se dos 6%...)

23.11.04

POEMA






Tem de haver um astro em que seja presente
o que se passou há um ano, num outro o que
se passou há um século, num outro o tempo
das cruzadas e assim sucessivamente, tudo nu-
ma cadeia ininterrupta, e assim estará depois
tudo lado a lado perante o olhar da eternidade,
como as flores num jardim.



Hugo von Hofmannsthall
(1874-1929)

(in «Livro dos Amigos»,
Tradução de José A. Palma Caetano)

20.11.04

BARNABÉ





PARABÉNS ao BARNABÉ por um post de qualidade!


19.11.04

DESEMPREGO RECORDE





Desde 1968 que a taxa de demprego em Portugal não era tão alta! PASME-SE!
A notícia vem na revista VISÃO( 18.11, p. 28) e a fonte é o Instituto Nacional de Estatística. São 6,8%, o que corresponde a 375 900 pessoas!
Imaginemos os dramas, solidarizemo-nos, enquanto este governo de vergonha enterra um país, sorrindo, mentindo.


ÓPIO





Afinal, nada está perdido. Afinal, a papoila do ópio "floresce como nunca", escreve o insuspeito "The Independent".Os americanos velam por nós e conseguem repor a ordem no tráfico internacional.O mercado deve estar suficientemente abastecido para que tudo role como deve ser. Valha-nos Bush e os seus puritanos seguidores.Se não fosse a hipocrisia, como poderíamos sobreviver?

ATAHUALPA



A História da Humanidade está pejada de cadáveres e de crimes.

Em 16 de Novembro de 1532, o inca ATAHUALPA rendeu-se, com grande pompa,ao espanhol Francisco Pizarro, com a esperança de salvar o seu país. O crime deste "bruto iletrado" fica na História, tanto pela crueldade como pela traição. Pizarro atrai o "Filho do Sol" ("Inca") a Cajamarca para um encontro e aí massacra milhares de índios e prende Atahualpa que, em troca da promessa de viver, lhe dá toneladas de ouro e prata, equivalente a 4 600 000 ducados espanhóis.

Pizarro condena Atahualpa a ser queimado vivo mas decide garroteá-lo em 29 de Agosto de 1533.

Sob as ruínas do Império Inca nascerão o Peru, a Colômbia e a Bolívia. Mais ao Sul, um companheiro de Pizarro ( ascendente, talvez, de Augusto Pinochet) funda o Chile.

O colonialismo deixou rastos de sangue atrás de si. Hoje, disfarçadamente, continua a matar.
Basta pensar no caso do Iraque ou no Bush ( também "bruto iletrado") como um novo Pizarro.





18.11.04

MICKEY




Em 18 de Novembro de 1928, nasceu o Rato Mickey, pela mão de Walt Disney.

Quando o país anda à deriva, com um governo que atinge as raias do impossível, resta-nos pensar nas fugas desta criação que perdura. Chama-se alienação ou fuga do populismo. De facto, é melhor ouvir Mozart.



15.11.04

"O PÃO DA IGUALDADE"





Faz hoje 211 anos que a "baguette" foi instituída como PÃO DA IGUALDADE!
Em 15 de Novembro de 1793 ( 26 do Brumário, Ano II, de acordo com o calendário republicano, quatro anos após a Revolução Francesa), um Decreto da Convenção estipula que todos os franceses devem comer pão igual:

"A riqueza e a pobreza devem desaparecer igualmente do Regime da Igualdade. Deixará de haver um pão de flor de farinha para o rico e um pão de farelo para o pobre. Todos os padeiros serão obrigados, sob pena de encarceração,a fazerem uma única espécie de pão: O Pão Igualdade".





Em 1856, Napoleão III tentou, por sua vez, regulamentar a forma e o peso do pão: 40 cm e cerca de 300 gramas.





Depois da II Guerra Mundial a "baguette" generaliza-se, também chamada "flauta" ("flûte") ou "pequena"("petite"), segundo as regiões. Com 80 cm de comprimento e 250 gr de peso, o seu preço era fixado, até aos anos oitenta,pelas prefeituras.


NESTE DIA DE ANIVERSÁRIO,VÁ LÁ, UMA "BAGUETTE" OU "BAQUETA", COMO A DO TAMBOR!






11.11.04

ARAFAT





A morte de Arafat faz-nos pensar no sofrimento da nação palestiniana, cercada, oprimida,continuamente martirizada. Um "apartheid" contínuo a que Israel tem submetido o povo palestiniano.
E há um esquecimento profundo: Israel não recorda a opressão que sofreu às mãos dos nazis. E mantém um terrorismo selecto, permanente contra a Palestina, o seu povo, os seus dirigentes. Nem as crianças escapam ao terrorismo israelita comandado por Saharon, um criminoso de guerra.

Arafat é Prémio Nobel da Paz, com o israelita assassinado pela direita judaica, Isaac Rabhin. Renegou o terrorismo. Aceitou acordos de Paz.
Culpam-no de actos terroristas, como os dos suicidas, em nome de Alá.
Parece estar inocente destes loucos-bomba. De qualquer modo, nem o desespero justifica qualquer acção terrorista.


10.11.04

FIM AO BOICOTE!



DE QUE PAÍS SERÁ ESTA BANDEIRA?




E DE QUE PAÍS SERÁ ESTA?


Têm uma coisa em comum: na semana passada, ao lado da dupla belicista EUA e Israel, votaram contra o fim do boicote a Cuba.Somaram quatro! Um espanto! A favor do fim do bloqueio votaram 179 países, na Assembleia Geral da ONU.
Qualquer boicote prejudica os pobres, as crianças, os mais frágeis.
Nada o justifica.
Apesar das prisões "por delito de opinião", apesar de haver 70 presos "de consciência", principalmente jornalistas e escritores.


A RESPOSTA? PALAU E ILHAS MARSHALL, respectivamente.
Sorriam.

SILÊNCIO





A PALAVRA IMPOSSÍVEL


Deram-me o silêncio para eu guardar dentro de mim
A vida que não se troca por palavras.
Deram-mo para eu guardar dentro de mim
As vozes que só em mim são verdadeiras.
Deram-mo para eu guardar dentro de mim
A impossível palavra da verdade.

Deram-me o silêncio como uma palavra impossível,
Nua e clara como o fulgor duma lâmina invencível,
Para eu guardar dentro de mim,
Para eu ignorar dentro de mim
A única palavra sem disfarce -
A Palavra que nunca se profere.



Adolfo Casais Monteiro


(De «Poesias Completas de Adolfo Casais Monteiro»,
Organização e prefácio de João Rui de Sousa,
Casa da Moeda/Imprensa Nacional, 1993)

Adolfo Casais Monteiro (n. Porto, 4/7/1908; São Paulo, 24/7/1972). Segundo uma nota biobibliográfica de João Paulo Monteiro sobre o poeta e ensaísta, este «publicou, em 1929, "Confusão", primeiro livro de poemas, e em 1933, "Considerações Pessoais", colectânea dos primeiros ensaios críticos. Em 1931 passou a integrar a direcção da revista "Presença". Em 1933, publicou com o poeta brasileiro Ribeiro Couto a colectânea poética "Correspondência de Família", primeiro marco de uma estreita cooperação com os principais intelectuais brasileiros do seu tempo. Em 1937, foi demitido do cargo de professor pela ditadura salazarista. Em 1939, mudou-se para Lisboa, a fim de ganhar a vida como escritor. Preso várias vezes, entre os seus muitos livros de poesia há dois que dão especial vazão à sua revolta política: "Canto da Nossa Agonia" (1942) e "Europa" (1946). Neste mesmo ano tornou-se director da revista "Mundo Literário", depois de ter publicado volumes de ensaios sobre Ribeiro Couto, Jules Supervielle e Manuel Bandeira. Em 1954 foi para o Brasil, e a breve trecho o activo papel que desempenhou na oposição no exílio tornou impossível o seu regresso. Publicou crítica literária e outras formas de ensaio em numerosas revistas e jornais. Foi professor de literatura em universidades do Rio de Janeiro, Bahia e, finalmente, São Paulo, onde, em Araraquara, ocupou, a partir de 1962, a cátedra de Teoria da Literatura. Em 1969, as suas "Poesias Completas" incluíram o conjunto inédito dos poemas escritos no exílio, com o expressivo título de "O Estrangeiro Definitivo".»



7.11.04

ANTÓNIO



Este "cartoon" do António, na última edição do jornal Expresso, merece um olhar atento, demorado, triste: guerra,saque do petróleo,mais de cem mil mortos, destruição do Ambiente ( fim do Protocolo de Quioto...), superficialidade "cowboyística".
Ou um Planeta em crise.


É ASSIM



Durão Barroso, em Bruxelas.



Santana Lopes, em Lisboa.


3.11.04

DE LUTO



O PLANETA ESTÁ DE LUTO.
PODERÁ A TERRA AGUENTAR MAIS QUATRO ANOS DE LOUCURAS?



2.11.04

DESEJO PARA HOJE



GEORGE W.BUSHBUSHBUSHBUSH

1.11.04

UM GOVERNO E UM BURACO





Ficou-me na memória esta escultura em baixo-relevo, por me lembrar um país como Portugal e um buraco como o desta coligação com mais de dois anos e cem dias de desgoverno.

Fixemo-nos no sorvedouro, no redemoinho, naquele buraco redondo onde os cidadãos vão caindo, à razão de 16 km por segundo.
Cuidado! Se olharmos muito atentamente, poderemos ficar hipnotizados, tontos como baratas tontas, parvos como laranjinhas, birutas como cdésses.

Desviemos o olhar.

O Santana, afinal, já caiu ( ou foi o Durão?).

CUIDADO COM A ATRACÇÃO DO ABISMO!


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