23.7.04

AO GOVERNO DE PORTUGAL

Poema Pouco Original do Medo

O medo vai ter tudo pernas ambulâncias e o luxo blindado de alguns automóveis Vai ter olhos onde ninguém o veja mãozinhas cautelosas enredos quase inocentes ouvidos não só nas paredes mas também no chão no tecto no murmúrio dos esgotos e talvez até (cautela!) ouvidos nos teus ouvidos

 O medo vai ter tudo fantasmas na ópera sessões contínuas de espiritismo milagres cortejos frases corajosas meninas exemplares seguras casas de penhor maliciosas casas de passe conferências várias congressos muitos óptimos empregos poemas originais e poemas como este projectos altamente porcos heróis (o medo vai ter heróis!) costureiras reais e irreais operários (assim assim) escriturários (muitos) intelectuais (o que se sabe) a tua voz talvez talvez a minha com a certeza a deles

 Vai ter capitais países suspeitas como toda a gente muitíssimos amigos beijos namorados esverdeados amantes silenciosos ardentes e angustiados

Ah o medo vai ter tudo tudo (Penso no que o medo vai ter e tenho medo que é justamente o que o medo quer)

O medo vai ter tudo quase tudo e cada um por seu caminho havemos todos de chegar
quase todos

a ratos

Sim a ratos
 
                                Alexandre O'Neill





22.7.04

PAUSA




16.7.04

 

Nos próximos dois anos, o que estará em causa é a liberdade!

(apud Pacheco Pereira)


15.7.04

SREBRENICA





Seria melhor não ter memória para lembrar, agora, os milhares de mortos muçulmanos, em Srebrenica, entre 1992 e 1995. As forças da República Sérvia da Bósnia, comandados pelo psiquiatra Radovan Karadzic e pelo chefe militar Ratko Mladic,ambos ainda a monte, conseguiram o maior massacre humano, na Europa, depois da II Guerra Mundial. Terão sido mortos mais de sete mil muçulmanos, incluindo todos os indivíduos do sexo masculino entre os 15 e os 77 anos.

Lembrar, agora, três dias depois do funeral de 338 desse asssinados, este hediondo crime...

A Sérvia ficará na história da intolerância.

Não esqueceremos.







12.7.04

NO CENTENÁRIO DE PABLO NERUDA





Pablo Neruda é o pseudónimo literário de Neftalí Ricardo Reyes, poeta chileno(Parral 1904 - Santiago 1973). Cônsul do Chile na Espanha e no México, eleitosenador em 1945, foi embaixador na França (1970). Suas poesias da primeirafase são inspiradas por uma angústia altamente romântica. Passou por uma fasesurrealista. Tornou-se marxista e revolucionário, sendo, primeiramente, a vozangustiada da República Espanhola e, depois, das revoluções latino-americanas.Esteve no Brasil em diversas oportunidades, e, numa delas, declamou poemasseus perante grande massa popular concentrada no estádio do Pacaembu, emSão Paulo.Obras principais: A canção da festa (1921), Crepusculário (1923),Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924), Tentativa dohomem infinito (1925), Residência na terra [vol. I, 1931; vol.II, 1935; vol.III,1939, que inclui Espanha no coração (1936-1937)], Ode a Stalingrado (1942),Terceira residência (1947), Canto geral (1950), Odes elementares (1954),Navegações e retornos (1959), Canção de gesta (1960), ensaios (Memorialda ilha negra, 1964) e a peça teatral Esplendor e morte de Joaquín Murieta(1967). Mais recentemente foram editados ps «Cem Sonetos de Amor» e«Cadernos de Temuco», em Portugal com a chancela da Campo das Letras,com tradução de Albano Martins (2004). Em 1974, foi publlicado o volumeautobiográfico Confesso que vivi. (Prêmio Nobel de Literatura, 1971). Em1971 foi Galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.


SENSAÇÃO AUTOBIOGRÁFICA

Nasci há dezasseis anos numa poeirenta
aldeia branca e distante que ainda não conheço,
e como isto é um pouco vulgar e puro
irmão errante, passemos à minha juventude.

Creio em muito poucas coisas na vida. A vida
não me entregou tudo o que eu lhe entreguei
e emocional e altivo rio-me da ferida
e a dor está para a minha alma como dois está para três.

Mais nada. Ah, lembro-me de que aos dez anos
desenhei o meu caminho contra todos os danos
que no longo caminho me pudessem vencer.

Ter amado uma mulher e ter escrito
um livro. Não venci porque está manuscrito
o livro e não amei uma, mas cinco ou seis...

(in «Canto Geral»,
tradução de Albano Martins,
Campo das Letras, 1998)


XCVIII

É esta palavra, este papel escrito
pelas múltiplas mãos duma única mão,
não fica em ti, não serve para os sonhos,
cai na terra: ali se continua.

Não importa que a luz ou o louvor
se derramem e transbordem da taça
se foram um tenaz tremor do vinho,
se de amaranto se tingiu a tua boca.

mais não quer a sílaba tardia,
o que uma e outra vez traz o recife
das minhas lembranças, a irritada espuma,

mais não quer que teu nome escrever.
E, embora o cale o meu sombrio amor,
a primavera di-lo-á mais tarde.



(in «Cadernos de Temuco»,
tradução de Albano Martins,
Campo das Letras, 2004)



O POETA

Até aqui circulei pela vida, no meio
de um amor doloroso: até aqui guardei
uma pequena página de quartzo,
cravando-me os olhos na vida.
Comprei bondade, frequentei o mercado
da cobiça, respirei as águas
mais surdas da inveja, a inumana
hostilidade das máscaras e dos seres.
Vivi num mundo de lama marinha
no qual subitamente a flor, a açucena
me devorava, em seu frémito de espuma,
e onde pus o pé a minha alma resvalou
para os dentes do abismo.
Assim nasceu a minha poesia, a custo
resgatada pelas urtigas, empunhada
sobre a solidão como um castigo
ou que no jardim do impudor resguardou
a sua flor mais secreta até enterrá-la.
Isolado, pois, como a água sombria
que vive em seus profundos corredores,
corri, de mão em mão, para o isolamento
de cada ser, para o ódio quotidiano.
Soube que assim viviam, escondendo
metade dos seus seres, como peixes
do mais estranho mar, e nas lodosas
imensidões encontrei a morte.
A morte abrindo portas e caminhos.
A morte deslizando pelas paredes.


(in «Cem Sonetos de Amor»,
tradução de Albano Martins,
Campo das Letras, 2004)





11.7.04

Texto de Antonio TABUCCHI





1. Chegámos finalmente a uma curva. Era bastante pronunciada. Descobrimos assim o que havia atrás. Havia merda.
2. Trata-se de uma merda maiúscula, pelo que é necessário escrevê-la com maiúscula: Merda.
3. O pistoleiro da Casa Branca disse a Rumsfeld: Donald, saiu-te uma Merda soberba.
4. No Iraque, a Merda de destruição em massa que motivou a invasão americana não existe. Mas por que é que os americanos a foram buscar tão longe, se tinham tanta à distância da sua própria casa?
5. Ao não terem encontrado Merda de destruição em massa, os americanos encontraram outra motivação, que é agora muito clara: levar merda para lá.


(...)(" As cloacas do mundo", in DN, 11.07.04)


10.7.04

MARIA DE LURDES PINTASILGO





A morte de Maria de Lurdes Pintasilgo entristece-nos profundamente. Era, de facto, uma pessoa que fazia falta, muito falta, a Portugal. Sobretudo agora, que o pântano se aproxima, ou melhor, se aprofunda.
Apoiei-a, em 1986, quando foi candidata à presidência da República. A convite de Alberto Martins, ajudei a organizar os núcleos de apoio no distrito de Braga. Fui vice-mandatário da sua candidatura no concelho de Guimarães.E, como cidadão independente, sempre admirei a sua lucidez. Agora, a morte. Penso na mágoa que lhe terá causado a decisão de Jorge Sampaio de manter esta coligação pútrida no governo. Oxalá me engane.

IRAQUE, COM MEMÓRIA




Foto de Jean-Marc Boujou, Prémio World Press Photo, 2003

Ainda hoje me comove esta fotografia e , por isso, regresso a ela e ao seu "peso". Um prisioneiro iraquiano despede-se (ou consola?) o filho. Tudo dói. E a criança que parece ter 4 anos (a idade do meu João, nesse terrível 2003)onde estará? E onde estará este homem sem rosto, reduzido à indignidade máxima a que os americanos reduziram os seus prisioneiros, no Iraque, no Afeganistão ou em Guantánamo?

Saimos do país, deste lamaçal onde um bando de canalhas, sem dignidade democrática e sem o voto do povo, se prepara para governar. A "monarquia laranja" obriga-nos a sair daqui. Para não ficarmos doentes. A lucidez ainda é uma virtude.








O QUE LEVOU UM CHERNE A TRANSFORMAR-SE EM CARAPAU DE CORRIDA OU A RETOMA DA FAMÍLIA DURÃO BARROSO, ALIÁS, JOSÉ BARROSO:






Salário base mensal ................................. 22.200 euros
Subsídio mensal de habitação ................ 444 euros
Despesas de representação .................... 1.418 euros
Abono mensal para a esposa ................... 149 euros
Abono de família por cada filho ............ 260 euros
Ajudas à escolaridade dos filhos ........... 443 euros
Subsídio de instalação na nova casa ..... 3.330 euros
Mudanças, viagens e seguros .................. Tudo pago
Viatura de função com motorista
Cozinheiro pessoal e empregados de copa

Moralmente, como se sentirá o Sr. José Barroso, ao receber um subsídio MENSAL por cada filho, quando ele próprio cortou ou reduziu a grande parte dos portugueses o abono de família?





9.7.04

TIJ DECIDE: MURO DA VERGONHA ILEGAL



Foto do jornal israelita "Haaretz"

O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ),principal órgão judiciário da ONU, com sede em Haia, decidiu considerar ilegal a construção do "muro da vergonha", construído por Israel, para separar o seu território da Cisjordânia. Israel chama, eufemisticamente, "barreira de segurança" a esta vergonha que atenta contra os direitos humanos fundamentais, separando famílias, aprisionando os palestinianos na sua própria casa.
O TIJ decidiu, ainda, que Israel deverá indemnizar as famílias atingidas por este crime e prejudicadas pla passagem deste muro pelas suas terras. A ver vamos, como agirão estes inimigos da Lei.
Dos 15 juízes do TIJ, 14 votaram a favor e 1 (o representante dos EUA, quem haveria de ser?) votou contra. Como se vê, a votação serve para mostrar, mais uma vez, que os Estados Unidos estão, infelizmente, do outro lado dos direitos humanos, em Israel, no Iraque ou noutros pontos do Planeta, onde a democracia é uma batata.

O TIJ declara "não ter sido convencido que o traçado se justifique por razões de segurança", sublinhando que "o muro atenta gravemente contra os direitos dos palestinianos". E , ainda:"a construção de um tal muro viola as obrigações e Israel em relação à Lei internacional e aos direitos humanos".






8.7.04

SANTANA LOPES





TARTARUGA EM CIMA DO POSTE

Enquanto suturava uma laceração na mão de um velho lavrador (ferido por um caco de vidro, indevidamente deitado na terra), o médico e o doente começaram a conversar sobre o Santana Lopes.
E o velhinho disse:
- Bom, o senhor sabe...o Santana é uma tartaruga num poste...
Sem saber o que o camponês quer dizer, o médico perguntou o que era uma tartaruga num poste.
A resposta foi:
- É quando o senhor vai por uma estradinha e vê um poste da vedação de arame farpado com uma tartaruga equilibrando-se em cima dele. Isto é uma tartaruga num poste...

O velho camponês olhou para a cara de espanto do médico e continuou com a explicação:

- Você não entende como ela chegou lá;
- Você não acredita que ela esteja lá;
- Você sabe que ela não subiu lá sozinha;
- Você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá;
- Você sabe que ela não vai conseguir fazer absolutamente nada enquanto estiver lá;
- Então tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá!



7.7.04

"O CÓDIGO DA VINCI"




Acabei de ler as 536 páginas do romance de Dan Brown "O Código DA VINCI" (Lisboa, Bertrand Editora, 2004). É, em síntese,um policial que nos vai arrastando de enigma em enigma até à descoberta final. O que nos maravilha é o conjunto de saberes transportados para a narrativa, quase todos relacionados com sociedades mais ou menos secretas, mais ou menos esotéricas, mas em que o denominado Priorado de Sião, de que Leonardo Da Vinci, Newton, Boticelli, Victor Hugo e Jean Cocteau terão sido grão-mestres, aparece como núcleo motor da acção. Digamos que os membros do Priorado são, na estrutura narrativa, os transportadores do Bem,afinal uma sabedoria feminina,nascida de Maria Madalena, mulher de Jesus Cristo e mãe de Sara;e que, do lado negativo, com um perfil diabolizado,anti-feminino, aparece a Opus Dei, cujas ligações ao Vaticano aparecem corrompidas pelo dinheiro e não só.
Ler "O código DA VINCI"? Vale a pena.
E, com ele, acabar na Rosslyn Chapel, na Escócia,bem perto de Edimburgo, onde templários e maçons deixaram uma obra plena de símbolos, que nos continuam a perturbar. Para bem do Conhecimento.





6.7.04

SOPHIA (1919-2004), QUANDO





QUANDO

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta

Continuará o jardim, o céu e o mar,

E como hoje igualmente hão-de bailar

As quatro estações à minha porta.


Outros em Abril passarão no pomar

Em que eu tantas vezes passei,

Haverá longos poentes sobre o mar,

Outros amarão as coisas que eu amei.


Será o mesmo brilho, a mesma festa,

Será o mesmo jardim à minha porta,

E os cabelos doirados da floresta,

Como se eu não estivesse morta.


Sophia de Melo Breyner Andresen (1919-2004)





4.7.04

VIVA PORTUGAL, VICE-CAMPEÃO EUROPEU!



VIVA PORTUGAL!


R I R





EM DEFESA DO CONSUMIDOR




A DECO (Defesa do Consumidor) recebeu, há dias, uma queixa paradigmática:

O Zé Povinho, de viva voz, entrando na sede:
- Quero apresentar queixa! Já!
- Mas de quê? - pergunta o atencioso funcionário.
- Comprei um cherne e saiu-me um carapau de corrida!








3.7.04

PENSAMENTO





25 de ABRIL

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo


Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
(in "O Nome das Coisas")



Ainda, Sophia





O VELHO ABUTRE

O velho abutre é sábio e alisa as suas penas
A podridão lhe agrada e seus discursos
Têm o dom de tornar as almas mais pequenas


Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
(in "Livro Sexto")

SOPHIA (1919-2004)





PÁTRIA

Por um país de pedra e vento duro
Por um país de luz perfeita e clara
Pelo negro da terra e pelo branco do muro

Pelos rostos de silêncio e de paciência
Que a miséria longamente desenhou
Rente aos ossos com toda a exactidão
Dum longo relatório irrecusável


E pelos rostos iguais ao sol e ao vento

E pela limpidez das tão amadas
Palavras sempre ditas com paixão
pela cor e pelo peso das palavras
Pelo concreto silêncio limpo das palavras
Donde se erguem as coisas nomeadas
Pela nudez das palavras deslumbradas

- Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro

Me dói a lua me soluça o mar
E o exílio se inscreve em pleno tempo


SOPHIA DE MELLO BREYNE ANDRESEN (1919-2004)



"(...) Que a morte será simples como ir
Do interior da casa para a rua."

(do poema "Sinto os Mortos"




(Nasceu,no Porto, a 6 de Novembro de 1919; morreu ontem, 2 de Julho de 2004. Fica uma obra imensa e diversa, sobretudo poética (ela que detestava o nome "poetisa" e dizia ser "poeta" de corpo inteiro).
Uma memória: um almoço a sós, num restaurante do centro histórico de Guimarães, seguido de um passeio entre-muralhas, em 1992; outra memória: a vista da casinha da Meia Praia, ali ao pé de Lagos, frente ao mar e à luz forte do Sul; outra memória, ainda: a releitura do Livro Sexto, há dias, antes do jogo Portugal-Inglaterra, para combater a ansiedade e fugir para os caminhos da mais simples beleza.)


2.7.04

E SADDAM?



Lembrar, ainda, que todos os homens têm direito a um julgamento justo. E que a promulgação da pena de morte no Iraque é mais um retrocesso para a Humanidade, parecendo ter sido restabelecida por causa de um homem. A pena de morte ("death penalty") envergonha-nos a todos!Saddam ou os presos de Guantánamo têm direito à Justiça, como quaisquer outros. Aqui, os americanos não dão liçõs a ninguém. Muito menos G.W.Bush, ex-governador do Texas.


GEORGE SAND



Ficaria doente se não lembrasse o bicentenário do nascimento de George Sand (1804-18769. Autora de 63 romances, de 18 peças de teatro e de 10 escritos literários, G.S. fica para a história da literatura e do feminismo. Dos amantes, uma flor para Musset e outra para Chopin.



GRÉCIA - PORTUGAL







Um fragmento: "Panta Rei" (Tudo Flui). E sentava-se nas margens do rio que passava. E ninguém poderia beber duas vezes da mesma água. E chorava. E era obscuro. "Meu Deus, faz com que eu seja um poeta obscuro!"

GRÉCIA



Regressamos à Grécia, a de Sócrates e dos pré-socráticos (ah, Tales,da água,Anaxímenes,do ar, Anaximandro, do indeterminado, Heraclito, do fogo!), a de Fídias e do Parténon,a de Sócrates, Platão e Aristóteles. E a de todos os que sabiam ouvir, nas margens do templo de Apolo, em Delfos ( quem o construiu?)e a dos escravos que ergueram os templos e a das escravas que adormeciam longe das ágoras. E mil outras e outros, soldados ou não,vivendo à sombra do futuro.




1.7.04

R I R











RISÍVEL











BOA!






Nesta festa, há um estranho: Durão Barroso. Mas há um aspecto positivo,na sua ida para Bruxelas: se lá fizer o mesmo que fez aqui, passará a Europa a estar na cauda de Portugal!

MAIS FESTA!



ESTE É UM PORTUGAL ÀS CORES, ENTRE O VERDE E O VERMELHO, COM O LARANJA VENCIDO. ESTA É MAIS UMA FESTA NECESSÁRIA PARA A SAÚDE MENTAL DOS PORTUGUESES. DE FOME E MASSACRE, JÁ CHEGAM DOIS ANOS. ELEIÇÕES, NO OUTONO!

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