29.4.04

UM POEMA PARA ABRIL













Eu sou daqui destas marés íngremes preia-mar de rosas
Abril vi cantar leda madrugada às raparigas frondosas

Às raparigas e às mulheres cegando o vento das enseadas
Abril frescas ribeiras sonho arável do sonho ruas amuradas

Amuradas murmúrios nessas bagas d'anil era o fogo alteado
Abril punhos ao alto podoas que o mar no tejo tinha secado

O mar as lezírias do mar com todas as velas postas de lado
Abril rimas ao ombro réstias sou tamborileiro sou soldado

Sou soldado ou hortelão de navios o que for seja o que seja
Abril torno do povo irmão cativo de maio anel que cereja

Eu sou daqui destas marés íngremes preia-mar de rosas
Abril ouvi cantar leda madrugada às raparigas saudosas.



Rui Mendes

in POEMABRIL, Antologia de Poesia Portuguesa , 2ª edição,
Fora do Texto,1994 ,Coimbra, PORTUGAL








28.4.04

HÁ 30 ANOS, A CHEGADA














HÁ 30 ANOS, A ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA ENCHE-SE DE REGRESSADOS DO EXÍLIO.

A FESTA ALARGA-SE.

O REENCONTRO CONCILIA UM POVO CONSIGO MESMO.

MAIS UMA CONSEQUÊNCIA DAQUELE DIA LIMPO, INTEIRO.


ERA DIA

Era um campo, era o mar e um desejo
de lavar este corpo até ao mar.
E nas casas devassadas, um pomar.

Era dia de a noite se acabar
e do sol bater limpo sobre a relva,
como um vento que acaba de chegar.

Era Abril de se abrir ruas fechadas.
Era tempo de ser pra outro tempo
com planícies tão verdes, tão buscadas.

Era assim o caminho adivinhado
para a margem das margens caminhadas.

Era assim o silêncio acordado.


Firmino Mendes






27.4.04

OS ÚLTIMOS PRESOS LIBERTADOS




Francisco Martins Rodrigues, Francisco Viegas Aleixo e Rui D'Epinay










HÁ 30 ANOS, ERAM LIBERTADOS OS ÚLTIMOS PRESOS POLÍTICOS!

Vale a pena reler "O Século":

O SÉCULO Lisboa · Domingo, 28 de Abril de 1974



Peniche: os últimos presos libertados

Francisco Martins Rodrigues, Francisco Viegas Aleixo e Rui d'Espinay
Dos 34 detidos de Peniche, libertados ontem de madrugada,- como O SÉCULO noticiou- foram soltos sob compromisso escrito de se manterem em residências fixas na casa dos advogados que constituíram a Comissão de Libertação da Junta ida à Fortaleza.

Todavia por decreto comunicado aos interessados, pelo major Azevedo, ontem, às 20 e 45, foi-lhes concedida a liberdade total.

Os três últimos amnistiados são, pois, o dr. Francisco Martins Rodrigues, de 46 anos, Rui Carvalho d´Espinay, de 31, e Francisco Viegas Aleixo, de 59.

Os dois primeiros, membros da F.A.P., foram condenados a pena maior de 19 e 17 anos, por terem sido os autores da morte do agente de Segurança Mário Mateus, em Outubro de 1965.

O terceiro elemento da L.U.A.R., que participou no assalto ao «Santa Maria», com Henrique Galvão, e também na tentativa de ocupação da cidade da Covilhã, com Palma Inácio, em Agosto de 1968, estava condenado a 19 anos.

Ontem, em Peniche, estes três ex-presos políticos foram libertados, sob custódia, às 3 da madrugada, numa operação que teve início às 23 de anteontem, com a chegada da Comissão designada pela Junta de Salvação Nacional.

Mais capturas de agentes da D.G.S.

Cerca das 17.30, no Rossio, foi reconhecido um vigilante da Cidade Universitária (e agente da D.G.S.). Agredido por dezenas de populares, o homem só não foi linchado, graças à intervenção de dois soldados que o conduziram para uma ambulância. O vigilante, que tem 30 anos, ficou internado no Hospital S. José, sob prisão.

No momento em que a ambulância o deixava no banco, verificava-se ali um grande tumulto. Na verdade, havia sido detectado outro elemento da extinta corporação da Rua António Maria Cardoso. Armado com uma pistola Star e uma navalha de ponta-e-mola, o indivíduo- porteiro do Hospital S. José - escondeu-se no interior do edifício. Entre outras actividades, apontam-lhe o facto de, recentemente, ter denunciado um ex-militar que, numa conversa, discordara da continuação da guerra de África.

A Polícia Militar encarregou-se da detenção. Inicialmente alguns funcionários do Hospital mostraram-se renitentes em indicar o local onde o porteiro estava escondido, o que provocou a indignação de várias pessoas.

Por outro lado, ontem, às 16 horas, renderam-se o chefe e todos os agentes da D.G.S. de Beja, incluindo os que prestavam serviço no posto fronteiriço de Vila Verde de Ficalho. Depois de terem sido revistados e desarmados, ficaram no quartel do Regimento n.º 3, sob a vigilância do comandante Romão Loureiro.











26.4.04

BIBÒ PORTO !

BIBÒ FKP !

REPETE O QUE ESCREVESTE EM 26 DE ABRIL! - DIZ O JOÃO ANTÓNIO.

ESTAMOS TÃO CONTENTES COM A VITÓRIA DO FKP ( e solidários com os muitos amigos da Corunha! ) que repetimos o "post" de 26 de Abril, um dia depois da NOSSA FESTA dos 30 ANOS!


Para a minha filha Sara, alegrando-me com ela: "Bibò FCP!"




Oxalá o FCP seja Campeão Europeu!

E mais: "Os benfiquistas saúdam-vos!"strong>strong>


P.S. Vamos à Alemanha ?



TÚNEL




Uma alegria de última hora: "Tribunal obriga câmara a suspender obra do Túnel do Marquês."

Mas a questão não é só legal: a estupidez impera, comprometendo o futuro, enchendo a cidade de inúteis automóveis. Há outros caminhos. Todos o sabemos.

Há 30 ANOS, CAXIAS







HOJE.
FAZ HOJE 30 ANOS!
COMO NÃO LEMBRAR?
COMO NÃO ESQUECER?





Lisboa · Sexta-Feira, 26 de Abril de 1974

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Situação dramática na prisão de Caxias

Às 22 horas de ontem, a comissão executiva da C. D. E. de Lisboa divulgou a seguinte nota:

«O Movimento C. D. E. de Lisboa torna pública a sua profunda apreensão pela situação dos presos políticos encarcerados na prisão do forte de Caxias.

Para além de considerar - conforme já divulgou - que a libertação de todos os presos políticos constitui ponto primordial de qualquer programa de actuação para o futuro do País, o Movimento C. D. E . de Lisboa afirma existirem razões para recear pela sorte que quantos pagam, nos cárceres de Caxias, a sua dedicação à luta do povo português.

Não existem, até agora, quaisquer informações de que as instalações do forte de Caxias tenham sido libertadas.

O Movimento C. D. E. de Lisboa declara que a permanência da prisão de quantos nela se encontram, nas mãos da Pide/D. G. S., constitui um problema cuja solução é dramaticamente urgente. A possibilidade de represálias por parte dos criminosos que preenchem os fileiras da Pide/D. G. S. sobre os prisioneiros de Caxias cria a necessidade da sua defesa.

Há vidas em perigo.

O Movimento C. D. E. de Lisboa responsabiliza desde já, colectiva e individualmente, a Pide/D. G. S. e os seus membros por tudo o que possa acontecer aos presos de Caxias.

O movimento C. D. E. de Lisboa declara condição primordial para o prosseguimento do processo agora encetado a imediata resolução da situação dos presos no forte de Caxias.»

(N. da R.) - Ás 2 horas de hoje, a situação na prisão de Caxias ainda não se encontrava esclarecida. O forte continuava guardado por forças da G. N. R. que impediam o acesso ao parque n.º2. Os presos estavam recolhidos nas celas, sendo a iluminação normal. Carros sem qualquer distintivo especial bloqueavam os acessos. As guaritas do reduto norte estavam ocupadas por forças da G. N. R., em posição de tiro.

(in O Século")






Lisboa · Quinta-Feira, 26 de Abril de 1974

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Libertados alguns dos presos de Caxias

Ao fim da manhã de hoje, a grande maioria dos oitenta e um prisioneiros de Caxias foram libertados por duas companhias- pára-quedistas e fuzileiros navais- das Forças Armadas. Estranhamente, a Junta de Salvação considerou delitos comuns as acções políticas de alguns dos prisioneiros (Paulo Inácio, entre outros) e decidiu mantê-los nas respectivas celas.

A acção foi decidida às primeiras horas da manhã após sistemáticas pressões de alguns dos mais jovens oficiais do Movimento que reclamavam a imediata libertação de todos os presos políticos.

Assim às 7 e 50 da manhã uma companhia de pára-quedistas, vindo de Monsanto, comandado pelo capitão Braz chegou às imediações do forte de Caxias. Vinte minutos depois, e sem qualquer resistência uma companhia da GNR acordo com o comando pára-quedista, as forças navais [...] posições do chamado reduto norte do Forte de Caxias, onde se localizavam as celas prisionais.

Às 8 e 30 chegava uma companhia de fuzileiros navais chefiada pelo capitão da Marinha, Abrantes Serra. De acordo com o comando pára-quedista, as forças navais montaram novo dispositivo de segurança, exterior ao forte. A acção deste destacamento da Armada tinha como objectivo garantir a segurança dos presos políticos, permitindo assim o ataque às forças da PIDE acantonadas na sede da Rua António Maria Cardoso, que mais tarde viriam a render-se.

As duas forças foram aclamadas à chegada ao forte por dezenas de familiares dos presos que (com lágrimas de alegria) esperavam desde ontem a libertação.

Às 9 e 15 os dois comandantes das forças destacadas subiram a escadaria que conduz às celas e ordenaram aos guardas prisionais presentes a abertura das primeiras celas. Poucos minutos depois saíam os primeiros detidos entre os quais os nossos camaradas Figueiredo Filipe, Fernando Correia, Albano Lima, Sérgio Ribeiro e Mário Ventura Henriques. Saíram também Saldanha Sanches, José Tengarrinha, Helena Neves, Vítor Dias, Nuno Teotónio Pereira, Gorjão Duarte, Mário Sena Lopes, Pedro Fernandes, e outros.

Sucederam-se os abraços e cenas de grande emoção com as equipas de jornalistas presentes na libertação. De algumas janelas das celas alguns dos detidos aguardando a saída, acenavam com lenços vermelhos e de punho bem erguido.

Entretanto uma ordem vinda da Junta de Salvação determinava que fossem libertados apenas os prisioneiros políticos». Aqueles que, estiverem a cumprir, também penas de delito comum permaneceriam detidos.

Para espanto dos jornalistas presentes- que não podiam compreender a distinção feita entre os prisioneiros de Caxias, todos detidos por razões de ordem política, pois os chamados crimes de delito comum tinham um carácter notoriamente político- os detidos voltaram às respectivas celas até que se apurassem quais permaneceriam e quais sairiam.

Assim Palma Inácio, que no primeiro momento da sua saída declarava que isto não signifique apenas a liberdade para nós, mas para todos os portugueses, voltava à cela n.º3 onde se encontrava há seis meses,

No Hospital-Prisão de Caxias os heróicos militantes José Magro (20 anos nas prisões fascistas), António Dias Lourenço, Rogério Rodrigues Carvalho e Miguel Camilo (ainda em estado grave), eram informados da libertação pelos familiares que desde a tarde de ontem não arredaram pé do portão principal.

(in "República")





DIA 26

01h30 - A Junta de Salvação Nacional - de que fazem parte o capitão-de-fragata António Rosa Coutinho, coronel Carlos Galvão de Melo, general Francisco da Costa Gomes, brigadeiro Jaime Silvério Marques, capitão-de-mar-e-guerra José Pinheiro de Azevedo e o general Manuel Diogo Neto, ausente do Continente - apresenta-se à Nação, através da Rádio Televisão Portuguesa, lendo uma proclamação e tendo o general António de Spínola como Presidente.

c. 07h00 - O tenente-coronel Almeida Bruno desloca-se à Rua Almirante Saldanha, ao Restelo, para solicitar ao ex-Presidente da República, Américo Tomás, que o acompanhe ao aeroporto a fim de embarcar no DC-6 que o conduzirá à ilha da Madeira.
- O tenente-coronel Lopes Pires acompanha ao aeroporto o ex-Presidente do Conselho, Marcelo Caetano e os ex-ministros Silva Cunha e Moreira Baptista.

07h30 - O major Vítor Alves lê, perante a Comunicação Social, a versão definitiva do Programa do MFA.

07h40 - O DC-6 levanta voo da pista da Portela e parte rumo ao Funchal.

09h46 - Na Rua António Maria Cardoso, sede da PIDE/DGS, verifica-se a rendição incondicional daquela polícia política, sendo o edifício ocupado por forças do Exército e da Marinha


c. 10h00 - Rendição do Forte de Caxias.


11h00 - Salgueiro Maia e as forças da EPC ocupam o edifício da Secretariado-Geral da Defesa Nacional, na Cova da Moura, onde a Junta de Salvação Nacional e o MFA passarão a funcionar.

13h00 - Inicia-se a libertação dos presos políticos nas cadeias de Caxias e Peniche.
- Divulga-se o Programa do MFA que havia sido apresentado pelo major Vítor Alves, no Quartel da Pontinha, ao princípio da manhã, depois da 1ª conferência de imprensa da Junta de Salvação Nacional.








JOÃO RUI DE SOUSA
















A ESPERANÇA SEMEADA

(Aos homens do 25 de Abril)

O sangue aqui renasce.

Na terra revolvida
rebentam ervas novas
(as horas más passaram).

O Sol - um outro sol - aqui se inventa
por sobre a lenta
erosão da estrada.

*

Aqui ou nunca.
Ou nada!

A voz aqui rebenta
e é não mais calada.

*

Por novas leis se fundam
de fibra as pulsações:

o corpo-a-corpo antigo a antiga pele
não mais hão-de pisar
a esperança semeada.

*

Ardentes leivas vivas avivaram
nossa canção maior.

Um girassol prossegue.

Renasce o sangue aqui
em flores de dádiva.



João Rui de Sousa

(in «O Setubalense", 18.11.1974; in "Abril", Abril de Abril, 1999)

Poeta e ensaísta, nasceu em Lisboa em 1928. Co-dirigiu, em 1955, a revista Cassiopeia. Representado em grande número de antologias e volumes colectivos, teve responsabilidades na organização e apresentação de alguns volumes como Fotobiografia de Fernando Pessoa e Poesia Completas de Adolfo Casais Monteiro.

Algumas das suas principais obras:

Ensaio: Fernando Pessoa – Empregado de Escritório (1985) e António Ramos Rosa ou o Diálogo com o Universo (1988)

Poesia: A Hipérbole na Cidade (1960), Meditação em Samos (1970), O Fogo Repartido (1983), Sonetos de Cogitação e Êxtase (1994) e Respirar pela Água (1998, com pinturas de Carmo Pólvora).














25.4.04

25 DE ABRIL, SEMPRE !





TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também


Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também


José Afonso



CANTO MOÇO

Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flôr no ramo
Navegamos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura da manhã clara

Lá do cimo duma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noita inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo duma montanha


Onde o vento cortou amarras
Largaremos pela noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca


José Afonso











24.4.04

ERA DIA















ERA DIA

Era um campo, era o mar e um desejo
de lavar este corpo até ao mar.
E nas casas devassadas, um pomar.

Era dia de a noite se acabar
e do sol bater limpo sobre a relva,
como um vento que acaba de chegar.

Era Abril de se abrir ruas fechadas.
Era tempo de ser pra outro tempo
com planícies tão verdes, tão buscadas.

Era assim o caminho adivinhado
para a margem das margens caminhadas.

Era assim o silêncio acordado.


Firmino Mendes

















23.4.04

ARRE, PORRA !


























ARRE, PORRA!

Olha o r de rolha, olha o balão
a rasurar a nuvem rente ao mar!
Ó rapador de sonhos por sonhar,
quem te rapou a cuca de pensar?

Quem nos ratou o r de remar
para a terra do riso sempre aberto
e quis pôr longe o cravo que está perto?

Arre, porra, ideólogos de um cabrão,
que ferrais nos que vivem sem amarras,
à espera que adormeçam sem tesão!

Essa treta de querer mudar a história
E fazer um país em redução
sem rios a correr e sem memória
é própria de quem ferra rente ao nada
e berra para trás a ver se agarra
a merda que o fascismo lhes deixou!


Firmino Mendes




ABRIL COM "R"























Abril com "R"

«Trinta anos depois querem tirar o r
se puderem vai a cedilha e o til
trinta anos depois alguém que berre
r de revolução r de Abril
r até de porra r vezes dois
r de renascer trinta anos depois

Trinta anos depois ainda nos resta
da liberdade o l mas qualquer dia
democracia fica sem o d.
Alguém que faça um f para a festa
alguém que venha perguntar porquê
e traga um grande p de poesia.

Trinta anos depois a vida é tua
agarra as letras todas e com elas
escreve a palavra amor (onde somos sempre dois)
escreve a palavra amor em cada rua
e então verás de novo as caravelas
a passar por aqui: trinta anos depois.»



Manuel Alegre
















22.4.04

25 de ABRIL




No dia 25 de Abril de 1974, pelas 00 horas e 20 minutos, a transmissão da canção "Grândola Vila Morena" de José Afonso, no programa "Limite" da Rádio Renascença, é a senha escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), como sinal confirmativo de que as operações militares se encontram em marcha e são irreversíveis.

Na véspera, dia 24 de Abril, a canção "E Depois do Adeus", interpretada por Paulo de Carvalho, transmitida aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa, pelas 22h 55m, marcava o início das operações militares contra o regime.

No dia 25 de Abril de 1974, pelas 00 horas e 30 minutos são ocupadas as instalações da Rádio Televisão Portuguesa, da Emissora Nacional, da Rádio Clube Portuguesa, do Aeroporto de Lisboa, do Quartel General, do Estado Maior do Exército, do Ministério do Exército, do Banco de Portugal e da Marconi, locais estratégicos considerados fundamentais.

Pelas 4 horas e 20 minutos, é difundido pelo Rádio Clube Português, o primeiro comunicado ao país do Movimento das Forças Armadas (MFA).






Duas horas depois, Forças da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, estacionam no Terreiro do Paço.

Às 13 horas e 30 minutos, as forças para-militares leais ao regime, começam a render-se. A Legião Portuguesa é a primeira.

Pelas 14 horas, inicia-se o cerco ao Quartel do Carmo. Dentro do Quartel estão refugiados Marcelo Caetano, Presidente do Conselho e dois Ministros do seu gabinete.

No exterior, no Largo do Carmo e nas ruas vizinhas, juntam-se milhares de pessoas.

Às 16 horas e 30 minutos, terminado o prazo inicial para a rendição, anunciado por megafone pelo Capitão Salgueiro Maia, oficial que comandava o cerco e após algumas diligências feitas por mediadores civis, Marcelo Caetano faz saber que está disposto a render-se e pede-se a comparência no Quartel de um oficial do MFA de patente não inferior ao coronel.

Uma hora depois, o General Spínola, mandatado pelo MFA, entra no Quartel do Carmo para negociar a rendição do Governo.

O Quartel do Carmo iça a bandeira branca.





Marcelo Caetano rende-se às 19 horas e 30 minutos.

A chaimite BULA, entra no quartel para retirar o Presidente do Conselho e os Ministros que o acompanham, conduzindo-os à guarda do MFA ao Posto de Comando do Movimento, no Quartel da Pontinha.

Meia hora depois, alguns elementos da PIDE/DGS disparam sobre manifestantes que começavam a afluir à sua sede, na Rua António Maria Cardoso, fazendo 4 mortos e 45 feridos.

No dia 26 de Abril, à 1 hora e 30 minutos, a Junta de Salvação Nacional apresenta-se ao país perante as câmaras da RTP.

Pelas 7 horas da manhã, por ordem do Movimento das Forças Armadas, cujo Posto de Comando se encontra instalado no regimento de Engenharia 1, na Pontinha, o Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, o Presidente da República, Américo Tomás e outros elementos ligados ao antigo regime, são enviados para a Madeira.

Às 9 horas e 30 minutos, a PIDE/DGS rende-se, após conversa telefónica entre o General Spínola e Silva Pais, director daquela polícia política.

No dia seguinte, 27 de Abril, são libertados os presos políticos das cadeias de Caxias e Peniche.

É apresentado ao País o Programa do Movimento das Forças Armadas.

No dia 29 de Abril, regressa a Portugal, à estação de Stª Apolónia, o líder do Partido Socialista (PS), Dr. Mário Soares.

No dia seguinte, regresa a Portugal, ao Aeroporto de Lisboa, o líder do Partido Comunista (PCP), Dr. Álvaro Cunhal.

A manifestação do primeiro de Maio, dia do Trabalhador, reúne em Lisboa cerca de 500.000 pessoas. Outras grandes manifestações decorreram nas principais cidades do país. No dia 16 de Maio dá-se tomada de posse do 1º Governo Provisório presidido pelo Dr. Adelino da Palma Carlos. Deste governo fazem parte, entre outras figuras, o Dr. Mário Soares, o Dr. Álvaro Cunhal e o Dr. Francisco Sá Carneiro, líder do Partido Popular Democrático (PPD).

As primeiras eleições livres, realizaram-se a 25 de Abril de 1975. Num acto eleitoral com uma taxa de participação de 91.7%, os portugueses elegeram a Assembleia Constituinte, incumbida de elaborarem e aprovar a Constituição da República.

A 2 de Abril de 1976, a Assembleia Constituinte aprovou a Constituição da República.













21.4.04

PRIMAVERA
















PRIMAVERA

Roto sossego em que os perfis se amassem
ou de gaiola fingem, pipilando...

Ó cavalões do medo,
a chuva passa,
agente passa,
sem que ninguém saiba do enredo
e da desgraça.

(O suco da corola é que porém
avisa para sempre que na praça
passa alguém.)

Mas neste riso coxo e saltitado,
mas nesta melopeia menopausa,
mas no senhor por grosso e atacado,
aí resiste e louca existe a causa

pela qual virá uma andorinha
até à vossa orelha, onde se aninha.


Pedro Tamen

(in «Poemas a Isto", 1962; in "Abril", Abril de Abril, 1999)













20.4.04

ABRIL DE ABRIL












Abril de Abril

Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.


Manuel Alegre

(in «Atlântico», 1981; in "Abril", Abril de Abril, 1999)












CORRIA UMA BRISA













A vida está cada vez mais cara

no meu tempo a vida

era mais em conta

fazia menos calor

as cidades não mudavam de lugar

corria uma brisa, como uma vassoura


Luiza Neto Jorge













19.4.04

POEMAS DO DIA





CRISTAL

cresce o melro no ovo

e dentro do ninho

a combustão do universo

o que é de agora

não é a pausa

pois o tempo tem pressa

de ser tudo em simultâneo

e desce o regato côncavo

onde meninas tomam banho

à magra estação de schindler

os dias continuam a nascer

e dentro do ninho

cresce o melro no ovo


AVÓ EM TELHADO DE COLMO

fazia o tapete de retalho

quase cega por já não ser outrora

um rio bravo, o seu riacho

o tapete tecido

com retalhos de carinho

aquecia um quarto

e a velhinha sabia

do seu tear dependia aquela casa

e toda a sabedoria do planalto


(in "O Templo Móvel", Col. Autores da Madeira, Campo das Letras, 2002)

*
São Moniz Gouveia (n. Madeira, 1967; tendo recentemente adoptado o nome Laura), a frequentar estudos superiores, reside regularmente entre o Funchal e Pisa (Itália), tendo integrado a colectânea "Poeti Contemporani dell'Isola di Madera", organizada por Giampaolo Tonini, em 2001. Revelou-se com "11 Poemas de Crisálida", na "Ilha 4" (CMF, 1994), dirigida por José António Gonçalves, tendo ainda participado nas obras colectivas "Poet'Arte 90" e "Vers'Arte 91", entre outras. Tem colaboração dispersa em diversas revistas e jornais ("JL-Jornal de Letras", "Islenha", "Margem", "Diário de Notícias" do Funchal, "Tribuna da Madeira", entre outras). "Cartas para um Tenente" (com prefácio e direcção editorial de José António Gonçalves) representou a sua primeira edição individual, na Colecção "Cadernos Ilha", nº. 8, 1996, após o que publicou "O Templo Móvel", na Colecção "Autores da Madeira" da Editorial "Campo das Letras" (2002), "Lupus in Fabula" (Colecção "Livros de Cordel", nº. 10, 2002) e "A Musa das Coisas Pequenas", Colecção "Terra à Vista", nº.2, "Arguim", 2002).


SEM VENTO




adormeço
assim
sem
vento







UM ADEUS PORTUGUÊS





Para alguns, o poema de Alexandre O'Neill ( 1924 - 1986 ) "UM ADEUS PORTUGUÊS" é o melhor poema da nossa literatura, no século XX. Para mim, é com certeza um dos maiores poemas de amor e, quantas vezes, nos momentos translúcidos da memória, dou comigo a soletrar os versos finais do poema: "(...) como um adolescente / tropeço de ternura / por ti." Este é, com certeza, um rio onde vale a pena mergulhar e reconstruir o amor. A aura biográfica leva-nos a uma paixão: ali, a França; aqui, a prisão. Em tempos de "apagada e vil tristeza", vale a pena escostar estrofes ao peito e saudar, com palavras e música, a vida leve.
É que o amor purifica o ar.




UM ADEUS PORTUGUÊS

Nos teus olhos altamente perigosos
vigora ainda o mais rigoroso amor
a luz de ombros puros e a sombra
de uma angústia já purificada

Não tu não podias ficar presa comigo
à roda em que apodreço
apodrecemos
a esta pata ensanguentada que vacila
quase medita
e avança mugindo pelo túnel
de uma velha dor

Não podias ficar nesta cadeira
onde passo o dia burocrático
o dia-a-dia da miséria
que sobe aos olhos vem às mãos
aos sorrisos
ao amor mal soletrado
à estupidez ao desespero sem boca
ao medo perfilado
à alegria sonâmbula à vírgula maníaca
do modo funcionário de viver

Não podias ficar nesta cama comigo
em trânsito mortal até ao dia sórdido
canino
policial
até ao dia que não vem da promessa
puríssima da madrugada
mas da miséria de uma noite gerada
por um dia igual

Não podias ficar presa comigo
à pequena dor que cada um de nós
traz docemente pela mão
a esta pequena dor à portuguesa
tão mansa quase vegetal

Não tu não mereces esta cidade não mereces
esta roda de náusea em que giramos
até à idiotia
esta pequena morte
e o seu minucioso e porco ritual
esta nossa razão absurda de ser

Não tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte
tu és da cidade onde vives por um fio
de puro acaso
onde morres ou vives não de asfixia
mas às mãos de uma aventura de um comércio
puro
sem a moeda falsa do bem e do mal

*

Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti.






AINDA




Auguste Renoir
Bal au moulin de la Galette, Montmartre



Esta obra é, sem dúvida, a mais importante de Renoir, em meados de 1870, e foi exposta em 1877. Apesar do pintor ter escolhido alguns dos seus amigos para esta representação, o mais importante poderá ser a atmosfera feliz deste momento, em Butte Monmartre. O estudo da multidão em movimento, numa luz natural e artificial, ao mesmo tempo, é feito com manchas vibrantes e coloridas. O sentimeto de uma certa dissolução das formas foi uma das causas das reacções negativas das críticas da época. Este quadro, pelo assunto ancorado na vida parisiense contemporânea, e o estilo inovador, signo da ambição do percurso de Renoir, é uma das obras-primas dos inícios do impressionismo.




18.4.04

SILÊNCIO, AINDA




Alfred Stieglitz
Icy Night
1892











SILÊNCIO




Gustave Le Gray
Mer Méditerrannée, Mont Agde
1856







17.4.04

EXECUÇÃO





Israel, continuamente terrorista, fez hoje mais uma execução: Addel Aziz Rantisi, dirigente do Hamas.

Com ele, foram, ainda, assassinados, o filho e um guarda-costas.

E este terrorismo envergonha, também. a humanidade.

Como o da Al-Qaeda, da ETA, das FARC ou o de todos os suicidas palestinianos.
As execuções programadas por Israel, como os atentados perpetrados pelos suicidas palestinianos, são crimes terroristas.
Igualam-se no terror.

Israel, que se diz democrata, aproveita esta atenção mundial voltada para o Iraque, aproveita, ainda, o silêncio cúmplice de G. W. Bush e exercem justiça directa, sem julgamento, sem direito, sem prisão.

Sharon é, de facto, terrorista e deveria ser julgado como tal.

Lemos as últimas notícias: americanos, com lágrimas de crocodilo, que dizem a Israel para "avaliarem as consequências"; a Itália, como toda a União Europeia, condenando a "prática da execução" que contribui "para alimentar a espiral do ódio e da violência, em vez de reduzi-la".
O mundo condena.
Os tribunais esperam.





TRÊS NOTAS

A uma semana do 25 de Abril, fixemo-nos, apenas, em três breves apontamentos do que "falta cumprir", em Portugal:



1. Educação:




Basta citar Manuela Teixeira, militante do PSD ( Expresso, 17.04.04, p.21), secretária-geral da FNE (Federação Nacional dos Sindicatos da Educação),

agora em momento de saída, após quase 30 anos de sindicalismo:






- "David Justino, à excepção do concurso para professores, nada fez nestes dois anos."

- "Ele (o Ministro da Educação actual) devia seguir o conselho que Cavaco dá no seu livro: primeiro façam e depois anunciem."

- "Nunca tive grandes expectativas e sempre achei que tinha um discurso perverso e demagógico sobre o sistema educativo."




2.> Saúde.







Basta citar mais um escândalo, revelador das cumplicidades trágicas entre a Saúde, como um direito dos cidadãos, e a promiscuidade trágica do Ministério com as

empresas privadas. Como se a privatização ou empresarialização ou outra coisa qualquer, que inclua venda dos doentes ao bolso privado, fosse a solução para um país

carenciado:



- "O ministro e o secretário de Estado da Saúde têm telemóveis da empresa à qual querem comprar 40 milhões de euros de equipamento." ( Expresso, 17.04.04, p.2)


3. Emigração




Basta citar um excerto de um comunicado da FAPF (Federação das Associações Portuguesas de França):

"A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas decidiu reduzir, em cerca de 75%, os já magros subsídios atribuídos à nossa Federação. Estes subsídios diziam

respeito a projectos em curso, sobre a promoção da língua portuguesa, a participação dos portugueses na vida local e a dinamização e federação do movimento associativo

português em França."


Mais, ainda:

"O Fonds d'Action Social (FAS), organismo do Estado francês e principal financiador dos projectos culturais da nossa Federação, decidiu bruscamente

marcar ainda mais o seu afastamento.

Em vez dos 5% que anualmente nos retirava do subsídio global (C.A./FAS-18/6/1999), em 2003 passou a retirar cerca de 30%, sem qualquer informação prévia à nossa federação.

Contestámos esta decisão junto do Director do FAS. A resposta vinda de Paris foi fria e lapidar: O FAS “…a exclu le financement des activités liées à la promotion

de la langue et de la culture portugaises…” ("... excluiu o financiamento das actividades ligadas à promoção da língua e da cultura portuguesas...").


Mas esta falta de apoio à "língua e cultura portuguesas" pelo governo francês, leva-nos a outro exemplo de partidarização:

Existe, em França, outra federação de emigrantes (CCPF- Coordination des Colectivités Portugaises en France e essa, sim, recebeu dezenas de milhares de euros do Secretário de

Estado das Comunidades.

"A arbitrariedade e a injustiça flagrantes de que é vítima a Federação das Associações Portuguesas em França, não vai ficar no segredo dos deuses, dos ministérios ou

dos salões nobres da embaixada!
", escreve José Machado, da FAPF, na imprensa francesa..













16.4.04

GRÂNDOLA, VILA MORENA





Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade




Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena


Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade


Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade












JOSÉ AFONSO





Vale a pena ler a última VISÃO (n.º 580, de 15 a 21 de Abril) que mais não seja pelo caderno especial "Os Dias da Liberdade".


Reparem neste excerto de um texto inédito de José Afonso:


"Na madrugada de 25 de Abril de 1974, não ouvi a rádio passar a Grândola como senha do movimento. Soube desse facto através de um indivíduo chamado Mário Reis, que mo contou por volta das 6 ou 7 horas da manhã. Havia, então, como se sabe, uma grande caça aos antifascistas, e eu, que tinha fugido de casa por razões muito concretas, encontrava-me nessa noite em casa de um amigo. Fiquei então a escutar a rádio, ouvi as comunicações pedindo às pessoas que não saíssem à rua. Resolvi fazer exactamente o contrário: ao fim de duas horas, saí, e andei quatro dias e quatro noites fora de casa.

Como homem e como português, senti uma emoção inegável. Quanto à Grândola, com o tempo, habituei-me à ideia de que a canção já não era minha - era uma canção colectiva."












15.4.04

A MAMA








Os números vão saindo para dessasossego deste desgoverno:


"Desde que tomou posse, a coligação PSD/PP já fez 5900 nomeações de confiança política para altos cargos públicos, aproximando-se vertiginosamente dos totais de Guterres, que em seis anos deu "tacho" a 8884 "boys"..." ( FOCUS, 14 de Abril, de 2004, p. 26)



E pormenores desta desbunda, depois da promessa de Durão de limpar o compadrio e o nepotismo?



1. Bagão Félix deu "jobs" a 630 "boys";

2. Paulo Portas ( que ganha 4 500 euros + 1 800 euros de ajudas) deu tachos sublimes: a Pedro Guerra (4 800 euros), a Miguel Guedes (4 800 euros), a Bernardo Carnal (8 000 euros)...

3. Luís Filipe Pereira já fez 450 nomeações, na Saúde;

4. Celeste Cardona com mais de 240 nomeações, onde vale a pena salientar um "boy", de 30 anos, a ganhar 5 541 euros (tanto como um juiz-conselheiro) e um outro" boy", de 29 anos, com 5380 euros por mês;

5. Dos 5 900 "boys", 1 600 são "pessoal de gabinete"; 2 500 são dirigentes ou quadros intermédios da Administração Pública; 1 000 foram nomeados para "órgãos consultivos ou de fiscalização" e 650 para "grupos de trabalho ou equipas de missão" (estes eufemismos!);

6. A estes 5 900 "boys" poderemos, ainda, junta as nomeações de quadros de grandes empresas públicas ou de administradores para os hospitais-empresas;

7. Escreveu Marcelo Rebelo de Sousa: " A partidarização do aparelho de Estado está além do que é razoável." (cf. Focus, p. 30):




CONCLUSÃO:


JÁ SÃO MAIS DE 5900 "BOYS" A MAMAR NO APARELHO DE ESTADO!

E O QUE PROMETEU DURÃO? TRANSPARÊNCIA, CONCURSOS PÚBLICOS, LIMPEZA DOS PARASITAS PARTIDÁRIOS!

OS SACRIFÍCIOS SÃO SÓ PARA ALGUNS. O DESEMPREGO É SÓ PARA QUEM TRABALHA!

A DEMOCRACIA FRAGILIZA-SE COM ESTE ATAQUE À MESMA TETA
.






A vaca não pode mais. Os "boys" sugam-na até ao osso!












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